quarta-feira, 27 de maio de 2009

Intervalo comercial: Pyongyang



Se você está acompanhando o noticário dos últimos dias com certeza está lendo bastante o nome "Coréia do Norte". Se você não tem noção de onde é ou como é viver lá, leia Pyongyang. Se quer saber um pouco mais sobre o livro, leia aqui uma resenha do Universo HQ (Quatro balões e meio é a cotação) ou aqui uma resenha do jornal O Globo (para o qual o álbum é "obrigatório").

Se você quiser comprar o livro (R$30), clique aqui.. e se você quiser dar uma fuçadinha em algumas páginas, clique aqui.

Duas curiosidades: o autor canadense Guy Delisle deve vir este ano ao Brasil como convidado do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte.
E o livro é da Zarabatana, a editora do projeto 22 de Abril.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Sessões de fotos - parte 1

Este "bolachão" com o símbolo da caça brasileira fazia parte do "cenário" do almoço em comemoração ao 22 de Abril. Quando o evento terminou o Fernando Mauro disse "Quer pra você? Pode pegar!". Fiquei super feliz imaginando-o no meu quarto e corri pra pegar. Só quando estava com ele em mãos que pensei "peraí.. como vou levar isso pra São Paulo?". E acabei deixando por lá mesmo.

Palestra sobre a "Red Flag", uma simulação de combate entre aviões que ocorreu nos EUA ano passado e contou com a participação de brasileiros. Depois houve também uma palestra sobre a situação atual dos pilotos de caça no Brasil.

Vista do Clube da Aeronáutica, ao lado do Aeroporto Santos Dumont.


Miranda Correa, um dos únicos brasileiros que pilotaram na Itália e que ainda estão vivos olha o projeto 22 de Abril e tenta identificar os companheiros nos desenhos do Felipe.



Brigadeiros Meira e Rui e eu. Os outros dois únicos pilotos ainda vivos. O Rui escreveu a "bíblia" sobre a participação da Força Aérea Brasileira na 2a. guerra, o livro "Senta a Pua". Contei a eles as idéias para o livro e os dois aprovaram na hora, o que foi um grande alívio já que o livro não vai ser contado pelo ponto de vista de um piloto. Achei que talvez eles não gostassem disso, mas eles me apoiaram 100%. Inclusive depois acabei passando uma tarde conversando com o Meira em sua casa, uma honra imensa pra mim.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Rio parte 3 - Primeiro Contato

O primeiro evento que fui foi um almoço para comemorar o 22 de abril. Pra quem não leu os posts anteriores, 22 de Abril foi a data que os pilotos brasileiros empreenderam a maior quantidade de ataques no mesmo dia (até então) durante sua participação na 2a. guerra. Mais tarde esse dia ficou conhecido como o Dia da Caça no Brasil. E desde então não só essa data é comemorada como a semana inteira é conhecida como a "Semana da Caça" e tem diversos eventos.

O almoço foi no Clube da Aeronáutica, do lado do Aeroporto Santos Dumont. Aliás, era bem legal (e um tanto assustador) ver aqueles aviões pousando ali pertinho e praticamente sem espaço nenhum. Inclusive ao que me parece a base Aérea de Santa Cruz que falei anteriormente e que fica afastada de tudo, provavelmente se tranformará em aeroporto comercial num futuro próximo. Mas pra quem não é do Rio ou não conhece lá, esse é um dado irrelevante.

Além dos aviões pousando ali do lado, a vista era bem interessante, de frente à ilha fiscal, onde D. Pedro deu a última festa antes de voltar pra Portugal (pelo menos todo mundo que eu conhecia dizia isso.. rs). Além do restaurante (na verdade, dois: um no andar térreo e outro no andar de cima) do lado de fora tem um deckzinho gostoso pra tomar uma cerveja num entardecer. Coisa, que aliás, acabei fazendo depois do almoço.

Antes de ir pro Rio mantive um contato virtual com duas pessoas: O Fernando Mauro e o Luis Gabriel. O Fernando Mauro estava escrevendo um livro sobre o Rui (o piloto que escreveu o livro "Senta a Pua!", base de praticamente tudo que existe sobre o 1o. Grupo de Caça) e o Luis Gabriel é o administrador do melhor site brasileiro sobre o assunto, o www.sentandoapua.com.br . Estava mesentindo um tanto deslocado e e intimidado por ver as figuras que eu só conhecia em livro ali, na minha frente.  Mas aí vi o Luis Gabriel que logo me apresentou ao Fernando Mauro que, com seu jeito, digamos, expansivo foi logo me abraçando e dizendo "Seu filho da puta!!!". 

Daí em diante foi um festival de "olha.. aquele ali é o fulano de tal.. ele que fez tal coisa... aquele ali é tal.. ". Fiquei na mesa do Fernando Mauro com o neto do piloto Kopp e sua noiva e um fã desse pessoal, que era o Mário e estava ali só pra contemplar. Tinha mais um pessoal que não me recordo quem era. Eu levei uma cópia do projeto e deixei sobre a mesa e toda hora alguém vinha dar uma olhada. Até que finalmente fui apresentado para os dois pilotos presentes: o Brigadeiro Rui e o Brigadeiro Meira. Foi uma grande emoção. 

Dos 49 pilotos que lutaram eles são dois dos três que estão vivos (o outro é o Miranda Correia) e são dois dos que tiveram presença mais marcante na guerra. Então mostrei o projeto pra eles. O Rui gostou, mas infelizmente ele não estava muito legal esse dia. Ele tinha tomado muito remédio e dava pra perceber que estava um tanto confuso. Foi triste pra mim vê-lo naquele estado, mas no outro almoço que teve uma semana depois ele estava muito melhor,o que me deixou aliviado. Já o Meira estava bem conciente e parecia encantado com a arte do Felipe. Ele olhava as páginas e dizia "Esse aqui era tal,esse era tal.. ". Lá mesmo trocamos e-mails (aparentemente ele é o mais ligado em novidades da turma e acessa a internet frequentemente). Acabei marcando de ir na casa dele entrevistá-lo.

Quando quase todos já tinham ido embora (foram veteranos e seus familiares, além de militares da aeronáutica dos tempos atuais), o Fernando Mauro nos arrastou para o deck e fomos obrigados a tomar diversas cervejas. Ficamos lá até anoitecer, com o Fernando contando várias histórias. Além do neto do Kopp e sua noiva, estavam presente um amigo deles fotógrafo, o Mateus Rocha (que teve uma relação de pai e filho com o piloto Rocha mas não eram parentes apesar do mesmo sobrenome) e um amigo, os dois de Araraquara e o Carlos Nesti, de Curitiba, filho de veterano. Percebo agora que o relato de minha viagem vai soar pedante para muitos de vocês, pois às vezes vai parecer que é apenas um exercício de memória meu e um registro pessoal para a posteridade. E o é.

Ficamos lá até sermos expulsos (aí entendi porque os funcionários bateram a mão na cabeça e disseram "ele, não.." quando viram o Fernando Mauro) e depois ainda demos uma esticada num boteco (eu, o Fernando e o Nesti). Inclusive foi interessante porque lá percebi o quanto o Rio é permeado de turistas. Tinha vários por perto,  sendo que no boteco tinha uma mesa fora cheia deles. Jovens de vinte e poucos anos vindos de algum lugar da Europa, provavelmente. Na hora que fui pagar a conta o dono do bar disse "não precisa, eles já pagaram". Não entendi, mas fui agradecer. Eles não tavam nem aí... Aparentemente eles deram uma nota de 100 e o dono do bar não tinha troco.. aí eles disseram "pague as cervejas daqueles ali então". Um dia, quando eu for ao Zimbábue, farei o mesmo. 

E assim terminou a primeira noite importante da viagem. Eu estava quebrado, mas com a sensação do dever cumprido. E esperando ansiosamente o próximo evento: a solenidade na base de Santa Cruz, com a presença dos veteranos e do avião P47 que eu só conhecia por fotos desde o começo do projeto, mas nunca tinha visto pessoalmente.

Rio parte 2 - A chegada

Devido ao feriado de Tiradentes as passagens aéreas para ir ao Rio naquele fim de semana se esgotaram rapidamente. Por isso não pude ir na Ópera do Danilo. A Ópera do Danilo é uma encenação sobre a fuga que o então piloto Danilo Moura empreendeu através da Itália,em território inimigo, após ser abatido. 

Cheia de aventuras e momentos cômicos ela inspirou, lá na Itália mesmo, os pilotos a comporem uma ópera para contar essa história (eles estavam influenciados por apresentações de óperas que tinham assistido por lá na mesma época).
Desde então, há mais de 60 anos os pilotos do grupo de caça atuais encenam essa ópera todos os anos. Mas, infelizmente não cheguei à tempo de assistir a apresentação deste ano.

De qualquer forma, como a apresentação é na Base Aérea de Santa Cruz, que é beeem longe do centro do Rio, os veteranos também não tinham ido esse ano (era longe, terminava tarde e a saúde deles não é mais aquela de antes). Me conformei um pouco.

Cheguei de madrugada na rodoviária e quando fui dormir (fiquei na casa de um amigo em Copacabana) o dia já tinha amanhecido. Mas eu acordei algumas vezes assustado com altos barulhos de avião. Pensei "Não sabia que tinha um aeroporto aqui do lado". Só mais tarde, ao assistir ao telejornal, descobri que na verdade eram caças comemorando a semana da caça com manobras na praia de Copacabana. Pena que não vi nada...

A Viagem pro Rio - parte 1

Voltei!
Já faz quase 2 semanas, mas andei gripado e ocupado. Mas cá estou eu com o intento de normalizar as coisas.
Vamos lá,então.
***
A viagem pro Rio foi extremamente importante para o projeto. Por 3 motivos:
1 - Conhecer o pessoal ligado ao tema e ter o aval deles
2 - Ouvir as histórias de bastidores, que não são contadas nos livros
3 - Me dar mais tranquilidade e propriedade pra falar sobre o tema

Algumas das melhores coisas que acontecem quando a gente viaja são as coisas não-planejadas. É aquela pessoa bacana que você conhece, aquele lugar que não estava no roteiro e acaba sendo melhor que os do roteiro, aqueles detalhes que te surpreendem andando pelas ruas. E minha viagem teve um pouco de tudo. A começar pelo pessoal ligado ao grupo de caça. Assim que cheguei fui em um almoço que comemora o Dia da Caça, 22 de Abril. 

Lá, de cara, me dei bem com todo mundo. Estava nervoso e deslocado, mas ao ser apresentado para meus amigos cariocas com os quais só tinha um contato virtual, Fernando Mauro e Luis Gabriel, tudo começou a mudar. É bem verdade que devido ao nervosismo não saboreei devidamente a bacalhoada presente ou consegui registrar os momentos apropriadamente. 
Eu levei uma filmadora, uma câmera digital e uma análogica profissional, com 3 lentes... então era uma bagunça pra eu decidir o que usar, trocar as lentes e às vezes quando ia ver o momento já tinha ido. Fora que além de registrar eu tinha que me apresentar, conversar, entrevistar etc.. Acabou que voltei com mais de 7 horas de video e centenas de fotos, mas o que tem de coisa fora de foco...

Mas o importante mesmo foi o fato de eu estar lá e conhecer essas pessoas. Nos posts seguintes vou falar um pouco sobre como foi.. 


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